quinta-feira, 15 de abril de 2010

AQUELE DA FUGA

Dia desses encontrei um amigo de infancia, ele estava saindo do supermercado que fica no mesmo prédio onde fica minha academia. Nos avistamos de longe, ele me olhou, eu olhei pra ele, e rapidamente abaixei a cabeça, e saí pela tangente como se nada tivesse acontecido. Literalmente fugi. Fugi porque eu não sabia exatamente que conversa ter, aliás, não sou a melhor pessoa para se conversar amenidades e detesto aquelas coisinhas de 'okay, vamos marcar algo então' mesmo sabendo que esse encontro nunca irá acontecer.
Essa é a desculpa oficial número um (a.k.a 'conversa pra boi dormir).
Na verdade é tudo uma questão de imagem, mais precisamente relacionadas a traumas de infancia e adolescencia. Sim, eu era o garoto gordinho e chato (mas considerado o 'legal' da turma). Muitos dos meus 'amiguinhos' tinham mais interesses nas minhas coisas do que necessariamente na minha pessoa, e eu fui vítima de massacres inúmeras vezes. Bom, tive meus momentos bons tbém, não dá pra negar, mas pro contexto do post, o que interessa é exatamente o massacre.
Esse 'amigo' era o oposto, o loirinho, bonitinho e que todas as garotas desejavam, em outras palavras, o que eu queria ser, mas não era. Ele era bem mais pobre do que eu, e eu era interessante porque eu sempre tinha as melhores coisas, e as vezes acabava usando isso ao meu favor, e veja só, CERTAS COISAS NUNCA MUDAM, NÃO É MESMO?
Hoje a coisa é bem diferente, eu tomei consciencia da minha beleza (embora tenha uns ataques devastadores de baixa auto-estima), sei tbém que eu tenho outros atributos que vão bem mais alem do que beleza física, mas no fim das contas eu continuo com essa sensação de que eu tenho que mostrar algo para me sobressair, principalmente quando me sinto 'ameaçado' por outra pessoa.
Então por isso fugi, fugi porque eu estava desarrumado, porque eu estava acima do peso, e porque se fosse pra que ele me visse, eu precisaria estar 'melhor' do que ele em algum sentido, e já que ele estava ótimo (leia-se magro e bonito), e eu não tinha nenhum recurso ao meu alcance, eu fugi.
Tudo culpa do complexo de inferioridade que tomava conta de mim na infancia/adolescencia e que continua dizendo 'hi' de vez enquando.

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